Por Adm. Marizete Furbino
Podemos
chamar de “pré-conceito”, um conceito pré-concebido
de algo, conceito este advindo somente de uma idéia gerada do
desconhecido e que, na maioria das vezes, leva à injustiça,
à marginalização, à discriminação,
podendo causar outros danos, uma vez que o mesmo é baseado
principalmente na aparência e na falta de empatia.
Fazer
uso de um conceito prévio na maioria das vezes é
extremamente perigoso, uma vez que pode-se provocar danos muitas
vezes irreparáveis. Devido a um conceito antecipado de alguém,
a empresa pode deixar de admitir um profissional que seria uma
potência no que tange à sua profissão, podendo
então perder um profissional que poderia ser um grande
colaborador, devido a um mal-entendido. Até mesmo pode deixar
de fechar um ótimo contrato por não perceber e
valorizar tal profissional como deveria. Enfim, quando se faz um
pré-conceito ou um pré-julgamento a empresa só
tem a perder.
Com
efeito, a prévia conceituação do profissional,
sem conhecer o seu caráter, o seu conhecimento, a sua
experiência em relação ao cargo que deveria
ocupar, baseando-se somente na estrutura física do mesmo ou
nas atitudes presentes em determinadas situações, é
prática arriscada. Caso a empresa eventualmente admita ou faça
tal prática, pode comprometer todo um trabalho, caso isso
venha à tona, com inevitáveis arranhões em sua
imagem que a duras penas foi construída ao longo de anos.
De
qualquer maneira, apesar de negarem o preconceito, muitas empresas
“pecam” quando do momento da contratação, fazendo
talvez até de forma inconsciente a discriminação,
se esmerando em demasia nas características físicas e
não no talento, no conhecimento e nas habilidades,
menosprezando grandes profissionais; por conseguinte, constatamos que
esses estereótipos acabam por limitar o potencial da empresa
justamente por esse descrédito. A empresa, por sua vez, sai
perdendo em meio a um mercado altamente exigente e que não
permite falhas e/ou perdas.
Neste
raciocínio, é importante perceber que mesmo em um
mercado altamente exigente, preconceitos latentes e ocultos poderão
existir; assim, ser meticuloso é preciso. Nesse sentido,
torna-se de grande valia uma monitorização contínua
e que evitaria transtornos e danos futuros causados pelos conceitos
antecipados.
Neste
aspecto o preconceito na empresa lembra a imagem de um “trator”,
que por onde passa causa uma “varredura” geral. Desta forma, vai
“demolindo” o profissional, pois, além de gerar a
discriminação entre os componentes, acarreta danos
drásticos como depressão, revolta, repúdio,
indignação, baixa auto-estima, desvios comportamentais,
dentre outros. Como conseqüência a empresa terá
baixa produtividade, uma vez que o profissional perde o entusiasmo,
perde a alegria de trabalhar e de viver, perdendo também o
prazer e o gosto pelo trabalho, deixando muito a desejar no que tange
ao desempenho de sua função, alcançando deste
modo, resultados muito aquém do esperado.
Se
observado com atenção, o preconceito faz com que a
empresa tenha uma visão “tosca”, “obscura” e
equivocada do profissional, tornando-a desta maneira, intolerante,
imprecisa e radical em sua tomada de decisão. Tais posturas
podem colocar a empresa em uma situação frágil e
vulnerável no mercado.
Neste
raciocínio, partindo da idéia de que a empresa é
resultado das ações do maior bem patrimonial que nela
existe, ou seja, das pessoas, é de suma importância que
ela, a empresa, se preocupe não somente com a saúde
física, mas também com a saúde mental de seus
colaboradores. Deve de forma constante patrulhar eventuais
ocorrências de preconceitos, cuidando sempre de bani-los,
jamais deixando que tal prática prolifere na empresa.
Diante
do exposto, implementar projetos que corroborem com a inclusão,
integração e união de todos os colaboradores da
empresa é mais do que preciso – é necessário.
A partir dessa estratégia os colaboradores se sentirão
sensibilizados a se integrarem e a somarem, exercendo de fato o seu
papel de “vitrine” da empresa na qual estão inseridos,
dispostos a contribuírem para que haja mudança e
melhoria de fato, se entregando ao exercício de sua função
sem quaisquer preconceitos, zelando pela solidez da empresa. No
entanto, há uma única exceção aceitável
no momento da contratação de RH. Pessoas que destoam da
maioria em sua aparência, tais como usuários de
piercings grotescos na face e tatuagens e implantes estranhos em
locais visíveis do corpo, eventualmente podem ser rejeitadas
para determinadas funções, sobretudo naquelas que estão
em contato com público e clientela. Mesmo assim, se o
candidato tem talento, poderá ser alocado em um setor onde
possa produzir bem, mas sem “chocar” a clientela. Naturalmente,
se ele tem bom caráter e entrosa bem com as pessoas, com o
tempo será naturalmente aceito pelos demais funcionários.
Posto
isto, conclui-se que para exterminar o preconceito na empresa é
preciso que haja mudança de percepção, de
comportamento e de atitude diante das pessoas e fatos. Isto dependerá
e muito do interesse da empresa no que tange à implantação
e implementação de projetos para sensibilizarem os
profissionais quanto ao tema em questão; entretanto, o sucesso
desses dependerá de todos os profissionais que compõem
a empresa.
É
cediço que ambos, empresa e colaboradores deverão
perceber vantagens em todo o processo e manifestarem suas vontades em
querer de fato mudar; somente assim este mal poderá ser
extinto.